quarta-feira, 11 de abril de 2012

A Droga da AIDS

O vírus do HIV, mesmo com o conhecimento da população sobre os preservativos, ainda é considerável no Brasil. Se for feito um levantamento, os portadores da AIDS, em maior número, são os usuários de drogas como a heroína. As seringas utilizadas por um contaminado, passa para outro, e para outro, e assim sucessivamente. Eis que surge a questão: cria-se uma mobilização contra a utilização da heroína, ou uma para a utilização de seringas pessoais e descartáveis? Sem dúvidas, a primeira opção é a mais viável, mas será que haveria consentimento? As pessoas que usam drogas sabem de suas consequências, apenas o fazem por achar na droga uma diversão ou até mesmo um amparo. A utilização de seringas descartáveis, por sua vez, não impediria ao usuário de injetar a droga, apenas o alertaria sobre as possíveis consequências mais drásticas, como contrair o vírus da AIDS e outras DSTs. Será que as pessoas acatariam a isso? Os efeitos colaterais das drogas são tão ruins quanto os sintomas e as consequências da AIDS? Definitivamente não, além da dependência ter cura e a AIDS não, o processo de superação da primeira depende única e exclusivamente da vontade do usuário, enquanto o tratamento da segunda requer esforços mais complexos e passíveis de falhas e maus resultados. Outro ponto é, o usuário de droga muitas vezes não tem nada a perder, então se tornar soropositivo seria um problema a mais, não o maior problema, ou pelo menos é assim que eles próprios veem. Uma pessoa que injeta heroína no sangue não o deixará de fazer porque viu um político na televisão dizendo que aquilo faz mal, mas pode passar a usar sua própria seringa ao saber que pode afetar diretamente sua vida. O problema é esse, quando se trata de afetar diretamente. Nós somos inconsequentes, achamos que o que depende de nós, nós detemos total controle, e a hora que quisermos parar de fumar um cigarro de papel, ou cheirar cocaína, nós paramos. Mas quando passa a ser uma coisa independente de nós, tudo que podemos fazer para não ocorrer, o faremos. Talvez seja mais prudente fazer a campanha para o uso das seringas descartáveis, uma vez que as pessoas não vão parar de injetar heroína por causa da AIDS, mas repensariam nos instrumentos que utilizam para a aplicação da droga. Pode ser colocado de tal maneira: já que estão usando droga, que usem de forma sensata. Mas há uma forma sensata de usar drogas? Quanto a isso, cada um tem sua opinião e seus argumentos. Eu, particularmente, não acho que exista uma forma sensata de usar drogas, mas ser "apenas" dependente químico é, como dizem, dos males o menor.


                                                                         Por: Eulália Mota

2 comentários:

  1. O que me levou a comentar este texto foi principalmente o título. Achei uma abordagem criativa ee muito interessante ao longo da leitura sobre esse tema, que é tão atual em nossa sociedade.
    Ingrid

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  2. A Aids é um problema global, que infelizmente ainda não tem cura. O título abrangeu bem a ideia do mal dessa doença, que como a droga, muitas das vezes resulta em morte,e no decorrer do processo engloba e gera outros males. Mas assim como a droga, tem que ser ter esperança e lutar pela extinção desses males.

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